Wednesday, January 9, 2008

eukaryota

experimentar a sensação de pertencer a algo ou a alguém é o que ele raramente conseguira encontrar em sua vida. na verdade ele sempre pertenceu - e essa sempre fora a sua fome, sede e luta - a uma vastidão infinita. alguma coisa sem nome, lugar ou qualquer outro tipo de registro, de tempo. estava ali, solto, pertencendo ao que não conseguia enxergar. mais tarde, descobrira que surgia em si um desejo de pertencer menor. entraria para um clube que o aceitasse como sócio? da equipe de balé clássico? da turma de simpatizantes pela causa da experimentação, yourself? do grupo de discussão de hermenêutica? ou se entregaria lânguido àquela paixão, ou se empenharia em constuir, sólida e persistentemente uma relação de conquista e de doação ao desconhecido amor de sua vida, aos queridos amigos que já haviam se adentrado, e que agora já não o era mais de todo stranger? às vezes tem a clara lucidez de que pertence, mas depois, é como clarice disse: "a vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo. e então eu soube: pertencer é viver. experimentei-o com a sede de quem está no deserto e bebe sôfrego os últimos goles de água de um cantil. e depois a sede volta e é no deserto mesmo que caminho."

Tuesday, January 8, 2008

sublimação

por aqui tudo escorre, quando por vezes, evapora. mas de tudo isso que desemboca, que dissipa, alguma coisa fica. é pouco, confesso... é porque há tempos aprendi a morrer e a nascer.

tristesse

descobrira mais tarde que, no fundo, estava mesmo é cansado dessas pessoas sem nenhum talento para amenidades que adoçam a vida.