Saturday, January 31, 2009

encontro - III

tínhamos pouco tempo. toda manhã, toda despedida era assim. apenas três quarteirões: da garcia até a vinicius. por isto, porque era chama, aqueles instantes foram marcados. e perduraram. uma trilha havia sido incorporada. poderia assim, mais tarde, quando ouvi-la novamente, roçar meu braço no seu, afagar suas mãos. por instantes de eternidade.

Sunday, January 11, 2009

encontro - II

eu que te vejo e nem quase respiro.
eu te murmuro, eu te suspiro, eu que soletro seu nome no escuro.
eu que não digo, mas ardo de desejo. te olho. te guardo. te sigo. te vejo dormir.

Saturday, January 10, 2009

encontro - I

naquela manhã, quando saí do avião, entrei num corredor. apertado. depois em outro um pouco maior, porém mais frio. pareciam intermináveis. como um parto que não fosse vingar. era o cordão. ficara agarrado. derramei ali o mais profundo sal que colhi, e molhei os pés. como dói [re]nascer. sobrevivi. algo havia me dado à luz. porque tudo no mundo começou com um sim. uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. é isso: dissemos sim. e você nasceu em mim, naquelas manhãs e noites porosas, emoções de diferentes densidades, moldando o quarto, a cozinha, a sala e onde quer que fosse possível suspender o tempo, povoar, alargar a própria vida. não sei como serão meus próximos dias. agora que sou órfão de cumplicidades tão delicadas. só sei que vou seguir encantado. e que num dia de encantamento, nossos caminhos se encontrarão. ou nossas vidas serão encantos, delicadeza dos adágios.
hoje tomei pró seco. brindei a vida. celebrei você.