Saturday, January 10, 2009

encontro - I

naquela manhã, quando saí do avião, entrei num corredor. apertado. depois em outro um pouco maior, porém mais frio. pareciam intermináveis. como um parto que não fosse vingar. era o cordão. ficara agarrado. derramei ali o mais profundo sal que colhi, e molhei os pés. como dói [re]nascer. sobrevivi. algo havia me dado à luz. porque tudo no mundo começou com um sim. uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. é isso: dissemos sim. e você nasceu em mim, naquelas manhãs e noites porosas, emoções de diferentes densidades, moldando o quarto, a cozinha, a sala e onde quer que fosse possível suspender o tempo, povoar, alargar a própria vida. não sei como serão meus próximos dias. agora que sou órfão de cumplicidades tão delicadas. só sei que vou seguir encantado. e que num dia de encantamento, nossos caminhos se encontrarão. ou nossas vidas serão encantos, delicadeza dos adágios.
hoje tomei pró seco. brindei a vida. celebrei você.